O esporte como instrumento de inclusão de pessoas deficiente
Cada um participa ao seu modo
segunda-feira, 27 de abril de 2009
EDUCAÇÃO FISICA NA ESCOLA PUBLICA UM FAZ DE CONTA
É verdade que nem tudo eram flores, o Jardim e o Getulio na época eram administrados por duas mulheres que eram a imagem do regime: Joana e Nilzeth, altas, fortes e extremadamente agressivas! como a escola funcionava ao lado do quartel do exercito, elas se sentiam generais e faziam prvalecer a imagem de truculência do regime entre os alunos. O ICEIA estava assumindo a Profª Elza Peon, que era flexível e de melhor dialogo.
Mas lembro que ainda guri começamos a fazer basquete e outras atividades, na Educação Fisica, ainda ecoa em minha memória o Profº Pinto bradando com a moçada que gostava de entrar para as bandeijas: "meu filho, enfia esta bola, voce não tem mais nada para fazer no garrafão" - Torcia para Pelé, Gurgel, Nelio, Zé Julio, Abilio, a maestria com que Ivete e Rita Paula na (GR) faziam a diferença; ou seja, havia uma vida que pulsava e mantinha toda uma juventude envolvida nas escolas; por vária vezes, quando matei aula, fui com outros iguais a mim para a arquibancada da quadra externa, e lá ficavamos sentados conversando fiado, jogando pauzinho e assistindo o treinamento do pessoal de atletisto que buscava aperfeiçoar o desempenho para uns jogos internos que o ICEIA tinha na semana do seu aniversário.
Tem nomes que de tanto gritar nas arquibancadas, viraram ícones do tempo naqueles que torciam - é o caso de Schimidt e Sara no time de Voley da Profª Aurita. É importante salientar, que na época, Zé Julio estrela do Hand Ball do ICEIA era uma esperança do time de futebol do vitória. Quero salientar que recentemente entrei no ICEIA e vi a imagem do absurdo! fizeram uma quadra sobre a pista de atletismo! abortando qualquer possibilidade do aluno praticar o esporte na escola.
Estou tentando humildemente, dar uma noção de conjuntura, e o que era a escola! evidentemente, que outras escolas desenvolviam processos semelhantes o João Florencio tinha uma equipe de esportes extraordinária! e por aí vai... O que pretendo dialogar aqui, é o espaço que foi tirado do esporte. Naõ acertamos sair da Ditadura Militar e evoluir as relações e interpretações de esporte na escola. Hoje, o pai ou mãe que quiser para seu filho metade daquilo que narrei ter tido no ICEIA, tem que pagar uma escolinha! e isso é exclusão! por outro lado, fomentar ONG's trabalhando com crianças carentes, em situação especifica ou qualquer outro eufemismo que queiram colocar, é mais lucrativo que investir na escola! Investir na escola não quer dizer: jogar dinheiro aleatoriamente como está acontecendo. Em absoluto! a escola em minha opinião, tem alternativas e pode ser a saída, inclusive pelo ecletismo da convivencia, até porque, as ONG's que podem e devem trabalhar questões de diversidade, etc. são regionalizadas nas comunidades que estão inseridas! e isto é natural! Contudo, não posso negar que o governo deve abrir um canal de dialogo com os segmentos estratégicos da Educação Física, incluindo as Universidades que tem os cursos e buscar a construção de um projeto de retomada do esporte na escola! Quando o Basquete brasileiro conquistou o Pan de Indianápolis em cima dos EUA com Oscar, eu vi Israel ex-basquete do ICEIA arrebentar na quadra como rebote. Evidente, que hoje, com dominio das gangues, guerrilhas de torcidas e coisas do genero, muito tem que ser repensado! mas, voltar o esporte, assim como a educação musical para a escola, são fatores que inclusive, podem mostrar ao aluno alguma perspectiva no conjunto das experiencias da vida escolar - visto que a escola hoje oferece merenda, a condição de ter o meio-passe e raramente um professor. Observem que falei de uma escola que além do esporte, tinha dois artesanatos e mais de uma opção de teatro.
A DEMOCRACIA ESCOLAR VEM NO SACO DE PAPAI NOEL
E conforme o previsto, hoje, 23/12/2008, foi o dia escolhido pela SEC para muitas escolas realizarem as eleições para direção e conseguirem o quorum não atingido no dia 17/12; um número significativo das comissões seletivas que foram criadas nas escolas para acompanhar os procedimentos eleitorais se desmobilizou e devolveu o processo a SEC, por entender que seria leviano para com as suas consciências levar em frente à proposta de uma eleição escolar em pleno período de férias da maioria esmagadora dos estudantes, começo do verão na Bahia, terra que tem a costa mais privilegiada deste país, entre véspera de Natal e em plena euforia do conjunto das festas populares que referenciam a identidade deste povo, que faz o ano encerrar na quarta-feira de cinzas conforme a poesia de Morais “Carnaval” Moreira: As quatro curtições do ano. Não há na história da Bahia algum momento em que o povo tenha aceitado a violência a sua identidade cultural de forma passiva e ordeira, e tivesse assimilado esta coisa como natural.
A coisa é imoral! Imoral por degenerar sonhos e perspectivas lançadas em uma proposta de eleição para direção escolar – histórica bandeira de luta do movimento estudantil; é imoral por deformar a idéia daquilo que se acredita ser o mecanismo democrático capaz de levar o povo baiano a começar a ver que é possível construir novos rumos sem truculência, respeitando a diversidade de posições e a vontade coletiva. Desde o primeiro momento que a SEC trabalhou com a lógica de muitas escolas não atingirem ao quorum, com um segmento ou com outro. Vale ressaltar que em algumas escolas que diretores(as) não se habilitaram para participar do processo, estes trabalharam arduamente, para que não houvesse eleição, ou pressionaram um segmento ou outro, com a perspectiva de quebrar o quorum e assim, poderem ser indicados, reconduzidos ao cargo com uma declaração de incompetência e ignorância administrativa, e o aval de um padrinho político.
Mas tudo faz sentido, o Governo Wagner quando assumiu, não fez a menor observação sobre estas pessoas antes de lhes confiar os cargos de direção escolar, muitos sequer tinham currículo; contudo, um QI de prestigio junto aos novos mandatários. Para muitos se valerem ou serem aceitos nas comunidades que caíram de pára-quedas, fizeram uso da força física travestida de direção escolar – e os absurdos campearam livre sem uma avaliação sequer por parte da SEC; estou falando num processo de acompanhamento de quem são estas pessoas à frente das escolas e como está sendo encaminhada a preparação para a transição democrática! Será que estas pessoas estão preparadas para tal? A SEC fez vistas grossas a tudo isso! O egocentrismo e o narcisismo levaram muitos(as) diretores(as) ao fundo das suas ambições e vaidades; e lá, no fundo do poço, ao conseguirem ver a escola em seu espelho, como se tocando a harpa com Nero diante das chamas de Roma, afirmam: eu mudei esta escola, resgatei e não darei de mão beijada! Esta é a gente que chegou para fazer a transição democrática – pessoas dispostas a tudo pelo poder; falei tudoooo!
Em todo este emaranhado de informações e domínio do autoritarismo, surge um eufemismo de abertura chamado portal da transparência ou algo parecido, lá segundo os especialistas da SEC todos podem ter acesso às contas das escolas; há escola que está fixa no mural a prestação de contas por este portal, como símbolo de honestidade, transparência e democracia! Pasmem: trata-se de um vertiginoso desrespeito aos princípios contábeis geralmente aceitos – e a SEC têm sido incapaz de convocar uma perícia contábil; aliás, ela foi incapaz de fazer isto quando o Senhor Adeum Hilário Sauer assumiu, para dar um quadro destas contas para a sociedade. Na verdade, por mais hilário que possa parecer, é a legitimação do obscurantismo nas contas das escolas, que por serem publicas, deveria haver um balanço patrimonial pelo regime de competência. No mínimo, exigir uma prestação de contas pelas partidas dobradas! Estamos falando de verbas publicas. Na verdade, muitos dos cargos entregues de direção escolar neste Governo, estão deixando a desejar neste aspecto e isto, de certo modo, responde a razão de tantas brechas no regulamento das eleições nas escolas; inclusive, o motivo pelo qual tem dirigentes que mesmo sem ter se habilitado para concorrer às eleições, se mobilizou das formas mais inescrupulosas possíveis, assediando moralmente, perseguindo e em alguns casos, fazendo uso do contato que possuíam com os pais, para estimular a não participação destes com a finalidade de desmontar o processo, para que sem eleição possam ser reconduzidos através da indicação.
O conjunto de relações deteriorados e a incerteza que paira sobre as escolas, até o Senhor Secretário decidir, indica que este será um ano sem projetos, que o Governo pode fazer a derrama em celebração a implantação das Leis 10 639 e 11 645, só para discurso político vazio, para enganação; afinal, muitas escolas que não atingiram ao quorum da SEC, só irão se movimentar após esta decisão do secretário; visto que os professores que se mobilizaram para que houvessem eleições nas escolas, já estão sabendo que se a SEC mantiver a coisa como está, irão ficar sem turmas!E a semana pedagógica tende a ser antes destes diários chegarem nas escolas. Afinal, como se trata de indicação, a tendência é a SEC manter o nível de suas indicações.
Não vou mais me pronunciar sobre este assunto ou qualquer outro relacionado ao Governo Wagner, a resposta que virá da garganta do povo em 2010 irá ecoar por todo o estado; assim como o estridente grito que veio das urnas aqui em Salvador – enquanto se trabalha política pública com dados irreais, a realidade virá mais uma vez, como surpresa das urnas. A resposta vem pela base!
Eduardo Sergio Santiago
Militante do Movimento Negro
RESPEITE A MINHA PROFISSÃO
O profissional de Educação Física e visto pela sociedade com um ser completo e que busca mudanças siguinificativas na sociedade através da conscientização do ser humano; não só para a atender a necessidade da pratica da atividade física, mas principalmente nos aspectos sociais, educacionais e esportivos, não apenas com o intuído da performance, mas também buscando a valorização do lazer para as necessidades básicas do ser humano completo e ajudando na formação de um individuo critico voltado para o crescimento de nosso pais através da diminuição da desigualdade social.
Na contramão temos determinadas instituições que não acompanham estas mudanças ou mesmo as ignoram que e o caso do Ministério da Educação que deveria ser o maior incentivador, e o não faz, se na formulação da grade curricular do ensino fundamental ou básico onde inicialmente tentou-se que na LDB a Educação Física deixa se, de ser obrigatória e só não o conseguiu devido a mobilização da categoria, ou quando não a preconiza nas series iniciais do ensino fundamental e principalmente no noturno que ela faculta ao discente a prática e com isso a maioria das Secretarias de Educação não oferecem esta oportunidade castrando o direito dos discentes já a eles só resta uma opção que é a de não praticar. E agora vem com a vinculação de uma propaganda em edição nacional com o objetivo de incentivar o jovem brasileiro a participar da avaliação do ENEM e com isso chegar com relativa facilidade a universidade, esta ação poderia ser louvada por nos profissionais da Educação Física, pois queremos e trabalhamos para a diminuição da desigualdade social e ainda por sermos lembrados por esta instituição que deve promover mecanismos para haja uma melhoria na qualidade de vida do ser humano através da educação e principalmente da diminuição da descriminação através do intelecto do individuo; O que não ocorre nesta propaganda já que ela utiliza dois alunos do ensino médio sendo que a do sexo feminino narra que ao observar o mar ela sente vontade de cursar Biologia e fundamenta este desejo através de aspectos técnicos da área desejada, já o outro estudante do sexo masculino também demonstra o que esta paisagem o estimula na escolha de sua provável profissão e sem argumentos nenhum apenas uma risada sarcástica e a exibição de uma sena que ocorre na areia da praia onde e mostrada duas vezes um profissional da Educação Física ministrando uma aula de vôlei de areia para quatro alunas com minúsculos trajes o que leva a sua colega a rir também.
Será que ainda no mundo de hoje teremos que sofrer este preconceito intelectual e principalmente por uma instituição que deveria estar trabalhando para que essas atitudes não mais ocorram.
O que observarmos nessa propaganda que alem de ter um apelo sexual demonstra que e bom cursar Educação Física porque você vai trabalhar na praia ou mesmo longe dela sempre com muitas mulheres bonitas quase nuas e que para isso não teremos que ter um embasamento teórico e que não temos que estar conectado com os problemas que acontecem diariamente em nossa sociedade.
Esta propaganda acaba pondo em risco as nossas conquistas que foram construídas ao longo de muitas décadas e através de inúmeras lutas travadas pela categoria dos profissionais de Educação Física.
Enrique Silva
Texto escrito por ocasião da veinculação da propaganda do Governo Federal para informar a sociedade sobre o ENEM.